sábado, 28 de novembro de 2009






Quando a gente sente medo, se sente mais completo

É sempre tão obscuro, isso de ser normal, ser mortal

Eu sou mais eu quando ajo sem pensar, sem calar

No entanto o silêncio ajuda mais que as palavras e é bom cultivá-lo

Sou mais eu no que não sei quem sou

E além do mais a gente não costuma ser muito sincero consigo mesmo. É bom começar logo.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009


"Urgentemente

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
é urgente destruir certas palavras.
odio, solidão e crueldade,
alguns lamentos
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer."


Eugênio de Andrade

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Eu`s


Eu não sou eu
Sou o acaso.
Sou mais eu quando não sei quem sou.
Sou eu. Totalmente eu.
Não controlo o que digo, aqui sou eu.
Eu procuro não ser egoísta, além de mim.
Eu sou eu, sou minha.
Escolhas, desertos,metamorfoses
Em cada esquina uma nova rua.
Não termina, sou eu.
Eu não sou eu.
Sou eu no meu não pensar, sou eu quando não me importo.
Diga-me : quando você é mais verdadeiro?
No ato de pensar em falar, ou quando suas palavras dirigem-se ao outro sem pedir-lhe permissão?
Quando seus olhos e mãos tremem de medo, ou quando você se acha seguro demais para errar?
Somos feitos de "eus" mentirosos.


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Olhos Conectados




Porquê, mesmo nas reuniões mais sublimes, somos tão covardes?
Olhamos para os olhos alheios com os nossos olhos.
Buscamos nas atitudes alheias as nossas marcas, lançando mão de um desgosto profundo, um açoite doloroso, onde o que queríamos não foi correspondido.
INFANTIS!
O medo de sermos os únicos de nossa espécie consome-nos.
Buscamos cravar tudo o que é nosso em cada chão.
Se fossem bons cravos até valeriam, mas, ora, vejam só: são manhas,
pirraças.
Repugnamos e dizemos sentir ojeriza das indiferenças praticadas
pelos endinheirados, porquê no fundo, sabemos que desejamos ser eles.
O não aceitar-se gera recalque.
Os moldes sociais são tão claros, óbvios!

Se eu pudesse olhar todos os outros com os seus próprios olhos; sem pontos
de vista; vistas de certos pontos...poderia me enaltecer.
É isso que faz Deus ser Deus e eu ser minúscula, negligente, incoerente.

Já que grito aos quatro cantos as mudanças que desejo.
Infame, ralé, desumano.
É o que sou. Somos.
Mas mais ainda eu.
Falo muito de olhares, olhar. Falarei sempre, sempre.
Não me canso de relatar o que vejo.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

ESTOU DE MUDANÇA



Bom, não sei nem como dizer isso, mas lá vai:

Eu criei este blog para postar meu pré projeto, sobre tatoos ,que eu fiz em parceria com a UFRJ e a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu. Porém, contudo, todavia....não posso negar que o meu desejo de ter um blog pessoal é um pouco mais antigo do que o projeto.
A preguiça me dominava até que o labor me chamou e eu tive de fazer o blog.
Mas agora, só agora, eu farei deste espaço o meu espaço.
O pré projeto ficará aqui, mas meus textos também. Gostem ou não.
Acho que vcs irão gostar.

Até mais ver.

terça-feira, 4 de agosto de 2009


A tatoo do Paulo Henrique foi desenhada pela sua namorada e ele explicou o desenho pela significância do Cavalo Marinho dentro do mar. O animal é extremamente fiel, só tem uma parceira durante toda vida e também é o macho quem carrega o feto, ou seja, o sentido de paternidade ao extremo é o que importa para o estudandte de letras.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Aí está o meu blog.

Ainda tá muito incompleto, mas pra tudo dá-se um jeito!!

enunciadosconcretos.blogspot.com

Fotos e Relatos I

Este menino tem o símbolo do jogo Zelda em seu braço esquerdo. Segundo ele, graças ao jogo ele constituiu a maioria de suas amiades e firmou sua vida estudantil e intelectual. Só conhecendo o lendário jogo pra entendê-lo mesmo.


Nessa tatoo há o relato sobre o amor pelos graves, ou seja, a Rafaella fez uma clave de fá, utilizada em partituras de instrumentos de som grave(baixo, violoncelo etc) e completou-a com uma metade de coração. Criativo e pessoal.




quarta-feira, 22 de julho de 2009

O Corpo Como Suporte da Arte


A língua penetra na vida através dos enunciados concretos que a realizam, e é também através dos enunciados concretos que a vida penetra na língua” (BAKHTIN, 1997, p. 282).

No livro : “ O corpo como suporte da arte” a autora Beatriz Ferreira Pires explicita dois grupos de pessoas que intervém em seus corpos para reafirmar uma ideia: As que seguem o padrão capitalista de corpo perfeito, bem como formas bem definidas pela mídia, utilizando-se de recursos como as cirurgias plásticas, exercícios físicos e medicamentos para emagrecimento. Já o segundo grupo é aquele que pratica a intervenção artística no corpo. Tais quais: tatuagens e piercings. Esse último grupo o faz com duas intenções: para atender a um padrão da moda, muito seguido por jovens de gerações atuais ou por defenderem seus ideais de arte no seu próprio corpo.
Tendo a visão como um dos sentidos mais aguçados, a sociedade cria padrões visuais de beleza, feiúra, certo e errado.
Não sendo uma arte estática como as galerias de arte ou um filme numa sala de cinema, a arte sob o corpo é extremamente abrangente e plural.
O corpo abriga o espírito, a mente, a alma, os sentidos e a carne. É só a sua casa, onde toda arte da humanidade abriga-se.
Fazer arte no próprio corpo, nesse enorme abrigo de emoções, é uma prática sublime de sensibilidade artísitica.

“ A relação de mão dupla entre corpo e cultura sempre existiu. As formas como ambos refletem e espelham um ao outro mudam conforme as normas e os interesses da sociedade à qual pertençam”



Este blog foi criado com o intuito de expor meu trabalho, gerado juntamente com a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, com orientação da professora Fernanda Bruno, da UFRJ.

Minhas ideias se baseiam no corpo, ou melhor, na arte sobre o corpo.


Estou entrevistando e fotografando pessoas para que através desta pesquisa eu possa expor a metalinguagem entre ideia e corpo, entre arte e pele.